Friday, October 27, 2006

Eu vou de Olívio!

Nessa semana, finalmente, foi divulgada uma pesquisa sobre as eleições no estado. A diferença entre a tucana Yeda e o petista Olívio caiu 19 pontos percentuais. É obvio que foi essa pesquisa que me motivou a postar nesse blog de novo. Não que enquanto Olívio estava atrás nas pesquisas, o que já era esperado quando terminou o 1º turno, eu estivesse me escondendo ou desmotivada. Estou em campanha desde o 1º turno dessas eleições e não parei um minuto sequer.
Pois bem, a diminuição da diferença, que agora é de 6,1% - Yeda tem 49,2% e Olívio, 43,1% - me fez acreditar de vez que o Galo Missioneiro voltará ao Palácio Piratini, de onde não deveria ter saído. Segundo a pesquisa, Yeda estaria perdendo 1 ponto a cada dia, o que daria a vitória a Olívio no dia 29, por menos de 1 ponto percentual.
Quem viu o debate de ontem, na RBS, pôde perceber o quanto Yeda está despreparada para o governo do Rio Grande do Sul. As olheiras, o olhar cadavérico, a aparência cansada e a desestabilização emocional da candidata só demonstram o quanto a tucana se desespera diante de uma dificuldade. Onde será que foi parar a mulher que “tem competência, tem força e experiência”? Aliás, eu me pergunto sempre que tipo de pessoa experiente e competente permanece apenas 58 dias úteis no Ministério do Planejamento e é surpreendida pelo Plano Real, do qual não tinha o menor conhecimento. E vota contra o Rio Grande e a favor das oligarquias baianas e paulistas. Isso, claro, facilmente explicável: todos sabem que a tucana é paulista. E o fato de ser paulista não é nenhum defeito. Acontece que no momento em que Yeda é eleita deputada por um estado de fibra como o Rio Grande do Sul, deveria defender os interesses dos gaúchos. É isso que se vê? Não sei vocês, mas eu não vi.
Afora isso, a campanha tucana é cheia de contradições. No 1º turno, Yeda era contra o governo Rigotto. Oposição declarada, crítica. Depois, no primeiro debate do 2º turno, a candidata se orgulhava muito de ter feito parte de “um governo corajoso, que enfrentou a crise do Rio Grande como pôde”, nas próprias palavras da tucana. Ah, por favor! Ela pensa que as pessoas não têm memória recente?
Outra coisa...que jeito novo de governar é esse? Falar em novo jeito de governar é muito bonito, mas em que projetos e medidas consiste exatamente esse modelo? É um governo para a classe média, para o agronegócio e os latifundiários. Um governo para a minoria. E não é isso que o povo gaúcho merece.
Eu espero que, nessa reta final, os eleitores gaúchos se conscientizem ainda mais. A última pesquisa divulgada já mostra essa conscientização. A presença da militância petista nas ruas, as bandeiras vermelhas nas janelas, as estrelas no peito de quem transita pela rua...essas manifestações valem muito e a cada hora mais! O importante agora é concentrar todas as forças nessa virada de Olívio, que a cada minuto se mostra mais clara!
Vamos lá, mais uma vez! Todo mundo de Olívio dia 29!

Tuesday, October 03, 2006

o primeiro me chegou como quem vem do florista
trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
mas não me negava nada e, assustada, eu disse não.

o segundo me chegou como quem chega do bar
trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
indagou o meu passado e cheirou minha comida
vasculhou minha gaveta, me chamava de perdida
me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
mas não me entregava nada e, assustada, eu disse não.

o terceiro me chegou como quem chega do nada
ele não me trouxe nada, também nada perguntou
mal sei como ele se chama, mas entendo o que ele quer
se deitou na minha cama e me chama de mulher
foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
se instalou feito um posseiro dentro do meu coração.

[chico buarque - teresinha]

muito medo. vai acontecer tão certo.