Wednesday, July 04, 2007

conversa de domingo

- Sabia que eu já andei de pedalinho na rodoviária?
- É mesmo? E é legal?
- É bem legal, tem peixe. Foi meu pai que pedalou.
- Ah, bom. E será que dá pra pescar na rodoviária?
- Não sei. Mas de repente dá. Só tem que tomar cuidado pra não pegar um peixe muito grande.
- Ué, por quê?
- Porque daí o peixe morde o anzol, sai nadando e leva a gente junto.
- Ah, mas aí o pedalinho anda mais rápido.
- É verdade! E não precisa pedalar. Vira um motor a peixe.(pausa para reflexão) Eu nunca vi um motor a peixe...

diálogo entre um homem de 45 anos e um menino de 9. e eu presenciei. e foi uma das melhores coisas do final de semana =)

Saturday, June 23, 2007

final de semana

nada como um final de semana de trabalho pra gente dar valor àquelas vezes que vamos pra casa, viajamos três horas em um onibus lotado e frio, com pessoas roncando ou gente falando alto demais...
pelo menos as pessoas parecem um pouco mais divertidas hoje.

e eu continuo com medo de me fechar nesse mundo e não conseguir dar atenção pros meus amigos. acho que o medo é, na verdade, de admitir que eu to crescendo. e agora é de verdade.
só o fato de eu e meu pai não brigarmos mais, de meus relacionamentos serem mais duradouros, eu estar trabalhando e ter perdido uma festa à fantasia da fabico já é indicio suficiente de que alguma coisa por aqui está mudando.

ainda to descobrindo o quê.

Monday, June 18, 2007

frio

aquele frio na barriga que assusta. borboletas no estômago.
aquela sensação de que qualquer coisa pode acontecer.
aquele medo de não se controlar. medo de colocar tudo a perder.
aquela insegurança.
aquele receio.

e depois de tudo, o sorriso.
e a melhor lembrança que ele poderia trazer.
e a certeza de que nem tudo é o que parece ser.

[tá, não era pra parecer um poeminha de 3ª série, mas pareceu ;P]

Thursday, June 14, 2007

duelo de imortais

Mais uma vez o Gremio enfrenta um desafio que se espelha em sua grandeza. O resultado da primeira partida da final da Libertadores da América não era esperado nem pelo mais pessimista dos torcedores tricolores. Muitos apostaram no 2 a 1, outros no 1 a 0. Mas o fato é que o elástico 3 a 0 pró Boca Juniors pegou todo mundo de surpresa.
Não que o time gaúcho estivesse em um dia de pouco futebol. O primeiro tempo equilibrado parecia desenhar um resultado pertinente. Apesar de Tuta e Tcheco praticamente não terem comparecido a La Bombonera, o tricolor também pressionava, com boa investidas nos contra-golpes, fazendo a nem tão habilidosa zaga hermana tremer. E talvez chegassemos ao intervalo com um 0 a 0 quente, cheios de expectativas para o segundo tempo que prometia muito. No entanto, Jorge Larrionda, um dos melhores arbitros da América, segundo a Fifa, deixou a desejar em sua atuação. Talvez não por maldade, validou o gol de Palácios, em clara posição de impedimento.
Até aí tudo bem. Um gol não é dificil de reverter e o tricolor parecia respirar tranquilo. O problema - para o Grêmio - é que o Boca Juniors tem Riquelme. E ter Riquelme em um momento como esses não significa pouca coisa. A falta bem batida, próxima a linha da grande área, mostrou aos tricolores que nem sempre o aluno pode superar o mestre.
Depois da expulsão de Sandro Goiano, o Grêmio sofreu. O time se desestabilizou. Nem a entrada de Lucas, grande astro tricolor, acalmou os animos de uma equipe que precisava da vitória para decidir o titulo tranquilamente em casa. Patrício e Teco foram a prova viva de que o time gaúcho havia perdido o rumo do jogo.
O fato é que o Boca Juniors agora tem a vantagem. Pode perder por 2 gols de diferença que, ainda assim, carrega a taça para Buenos Aires. Para o Grêmio resta contar com o apoio de seu 12º jogador, a torcida. Torcida essa que, mesmo com a derrota, recepcionou o time com a esperança de que a imortalidade tricolor prevaleça na próxima quarta-feira. A equipe gaúcha precisa de três gols para levar a decisão para os penaltis. Não é uma tarefa fácil. Ainda mais diante de Riquelme, Palacios e Palermo.
Criador e criatura se encontram mais uma vez no dia 20 de junho. Será que aqui, no Estádio Olímpico, o aprendiz supera o mestre?

Monday, June 11, 2007

valentine's day

Engraçado. Há um tempo atrás eu me importava mais com o fato de não ter namorado. De não conseguir "aguentar" alguem mais que seis ou sete meses. De sair pra festa sempre solteira. E de dizer "solteira, sim, mas nunca sozinha". De ver as minhas amigas com aqueles lindos e duradouros romances e eu sem muita paciencia pra dividir as minhas coisas com alguém.
Depois que provei os ares portoalegrenses, passei a valorizar outras coisas. Encontrei um negócio que eu amo fazer e quero fazer pro resto da vida. Conheci amigos que quero ter sempre perto de mim. Percebi a família maravilhosa que eu tenho e passei a valorizar cada segundo do lado deles...e deixei, principalmente de um ano pra cá, meus ficantes e possíveis namorados em algum lugar quase esquecido na memórE tudo ia bem. Bem até demais...
Mas na última semana parece que tudo deu um nó. E eu que nunca encanei muito com o fato de não conseguir manter um relacionamento longo, romantico e apaixonado, me peguei pensando "o que será que tem de errado comigo?". Quando a gente passa na rua e ve aquele monte de casais, de mãos dadas, trocando confidencias apenas num olhar, parece que o mundo fica grande. E parece que não vai mais parar de crescer...
E eu fui me sentindo pequena. E bateu um medo de me frustrar. De me entregar pra minha profissao e esquecer do resto. De não casar. De nao ter filhos. De não poder passar pras minhas crianças os valores que os meus pais me passaram um dia. Um medo de ficar sozinha. Só eu. Só.

Sunday, June 10, 2007

de novo

mais um fim de semana que eu abro essa página, clico em nova postagem e fico olhando pra esse retangulo em branco sem saber quais letrinhas colocar aqui.
será que eu to ficando sem graça?
minha vida ta perdendo o sentido?
ou eu simplesmente nao sei mais escrever coisas legais?

acho que meu trabalho ta me emburrecendo o.O

mas, pelo menos, ta valendo a pena.

Saturday, April 28, 2007

chega

a gente aguenta tudo.
mata no peito, baixa a cabeça. sente raiva e se sente culpado por sentir raiva. culpa outras pessoas por coisas que a gente deveria ter pensado antes de fazer.
a gente pede desculpas. mesmo sem vontade, vai e pede desculpas. deixa o orgulho de lado, pensa em mudar. usa a raiva pra fazer outras coisas. deixa de chorar, endurece o coraçao.
a gente aguenta tudo.
deixa de voltar pra casa. deixa de falar com os amigos. deixa de ligar pra quem gosta. deixa de dizer que gosta. deixa. simplesmente esquece e deixa.
a gente corre. corre pra parar de pensar em tudo que a gente aguenta. em tudo que a gente deixa. aguenta desaforo do chefe. aguenta brincadeira idiota. aguenta piada sem graça.
a gente aguenta tudo.

mas chega uma hora que parece que nao vai dar mais. a gente grita. a gente xinga. a gente diz 'chega'. mesmo que nao queira, a gente diz. mesmo que a gente goste. mesmo que a gente ame.
chega uma hora que nao dá mais.

acho que a minha hora chegou.